terça-feira, 14 de julho de 2020

"Quando Nietzsche chorou", de Irvin D. Yalom


Vendido como "filosofia no divã", misturada com episódios reais e linguagem acessível, o bestseller "Quando Nietzsche chorou" não corresponde a nenhuma dessas expectativas. A narrativa é enfadonha, o vocabulário limitado e a romantização dos fatos, por vezes, vergonhosa. A maior parte da história diz respeito a obsessão do médico Breuner por sua paciente Bertha, que sofre de esquizofrenia. Problemático é o mínimo.

A experiência com o livro, no geral, apresentou-se cansativa. Inclusive, pensei em desistir da obra. Larguei de mão por mais de dois meses e, como faltavam 120 páginas, decidi encarar e concluir. Surpreendentemente, a reta final é o seu ponto alto. Cheguei a fazer várias marcações de trechos interessantes sobre o sentido da vida, valendo-se de questionamentos propostos por Nietzsche. Eis que eles finalmente aparecem na leitura!

Porém, o autor Irvin D. Yalom utiliza de um artifício barato para encerrar a trama de Breuner. Um clichê tão ridículo que deixa o gosto amargo da artificialidade. Pois então, era esse o sabor desde o início, não é mesmo? Em resumo, o intuito de saber mais sobre o filósofo que dá nome à obra, aqui, tornou-se em vão.

REGULAR
8/2020

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