"O surrealismo carrega consigo uma
forte veia política por figurar em um período entre as duas guerras mundiais.
Nesse sentido, traduz os anseios daquela época, pois não tinha como se manter
uma arte racional frente à barbárie do conflito armado. Sua manifestação é
influenciada pela ascendente Psicanálise, defendida por Freud, fazendo evocar o
inconsciente humano por meio da arte. Desta forma, o surrealismo rompe com as
barreiras da lógica ao misturar sonho e realidade, criticar o sentido concedido
às coisas e transgredir os padrões sociais. Esse modelo, defendido em
manifestos escritos por André Breton, tanto em 1924 quanto em 1930, valoriza a
experimentação, a ausência de regras e a pluralidade de leituras poéticas. As obras surrealistas buscam afetar o público,
fazendo-o sentir diferentes intensidades a partir de momentos de introspecção e
reflexão. Ao se tornar uma arte livre, torna-se também um marco na história" (MC).
"O movimento surrealista, sem dúvidas, teve seu auge entre as décadas de 1920 e 1960, sendo constantemente lembrado pelas obras de nomes como Salvador Dalí, René Magritte, Joan Miró, Max Ernst, Luis Buñuel, Marc Chagall, Leonora Carrington e até mesmo Frida Kahlo. Embora associado a esse período, o legado surrealista seguiu influenciando diversas produções culturais até hoje. Tornou-se mais difícil encontrar artistas que se consideram surrealistas, porém os preceitos da corrente artística são utilizados para a concepção de inúmeras obras, da cerâmica à pintura, do videoclipe ao longa-metragem, da literatura à moda" (MC).