segunda-feira, 31 de maio de 2010

Diálogo do filme "Nine"


Você quer meu amor?
Pegue-o todo.

- Obrigado.
- Por que?
- Obrigado por lembrar que eu não sou especial. Você nem sequer vê o que você faz, não é? Mesmo os momentos que eu penso serem nossos, é apenas você trabalhando para conseguir o que você quer.

Oh nós sabemos
Este é o seu show.
Então pegue tudo.

- O que você falando? O teste de tela? Você tem que entender. Isso não é nada. É o que eu faço. Eu dirijo. É o meu trabalho.
- E esta é a nossa vida. Você acha que criar é perdoar a si próprio em público. Ótimo. Mas acho que não posso perdoá-lo particularmente, por que não posso. Sempre.

Então vá em frente.
Pegue tudo.
Você quer minha alma?
Pegue tudo.
É hora de sair,
Se eu estou a viver.
Porque eu não tenho mais,
Não há mais nada para dar.
Eu vejo você subir,
Eu vejo você cair.
Enquanto estou em pé
Com as minhas costas contra a parede.
Agora é sua vez de finalmente aprender.
Você teve o mundo.
Você teve o impulso.
Você queria mais do que tudo.
Você recebeu seu desejo.
Você recebeu seu prêmio.
Agora recebe isto bem entre suas coxas.
Você agarrou tudo, meu amigo
Mas você não vê que no final
Não haverá nada.

- Você é apenas um aperitivo. E se você deixasse de ser ganancioso você morreria. Você leva tudo. E eu estou vazia... Você sabe, estou feliz por ter vindo. Agora posso ver, não há esperança.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Diálogo do filme "Tudo Pode Dar Certo"


- Estou morrendo.
- Como assim?
- Estou morrendo.
- Devo chamar uma ambulância?
- Não. Agora não. Não essa noite! Mas me refiro a um dia.
- Boris, todos morrem.
- Isso é inaceitável.
- Seus ataques de pânico estão cada vez mais freqüentes e intensos. Precisa voltar a tomar seus remédios.
- Eu não vou voltar a tomar essa droga de remédio. Não quero ficar com minha cabeça entupida de produtos químicos quando sou o único que vê o cenário completo exatamente como é. Cadê a droga da vodka?
- Boris, eu tenho clientes amanhã pela manhã. São quatro da manhã.
- Clientes. Certo. Banqueiros ricos para projetar apartamentos chiques e enchê-los de arte e bens caros para que possam ostentar o dinheiro deles e estarem no topo dos 1% dessa vergonhosa, violenta, preconceituosa, analfabeta, sexualmente reprimida e injusta nação.
- Deus, são quatro da manhã. Pode me poupar dessa fala de colegial?
- Sou um cara com uma enorme visão do mundo. Estou cercado por micróbios!
- E eu? Sou um micróbio? Seu filho que estuda em Yale é um também?
- Vamos encarar os fatos, certo, Jéssica? Nosso casamento não tem sido um jardim de rosas. Botanicamente falando, seu perfil é o de uma planta carnívora.
- Você é um homem difícil de conviver.
- Foi por isso que teve um caso?
- Não tive um caso. Foi um breve interlúdio de infidelidade e aconteceu há anos. Ainda não consegue esquecer isso!
- Vejo tudo tão claro agora. Tudo! Casei com você pelas razões erradas.
- O que quer dizer com isso?
- Você é brilhante. Eu queria alguém para conversar. Você ama música clássica. Você ama arte. Você ama literatura. Você amava sexo. Você me amava!
- Essas me parecem ser boas razões!
- Sim! Exatamente! Esse é o problema! É esse o problema! Foi racional, isso faz sentido.
- Não sei o que deu errado. Quando se examina de perto, há muito em comum entre nós.
- Na teoria, somos perfeitos. Mas a vida não é só teoria.

(texto de Woody Allen)