Enviado pela TAG Inéditos, "Herdeiras do mar" é um relato muito sofrido sobre duas irmãs sul-coreanas durante a Segunda Guerra Mundial. Tive um maior impacto com a obra, pois li 90% do tempo acreditando que era uma história verídica. Entretanto, não é totalmente ficcional. A escritora Mary Lynn Bracht baseou-se em depoimentos de mulheres daquele período para desenvolver as protagonistas.
A trama acompanha a separação das irmãs Hanna e Emi, que moravam com os pais na ilha de Jeju e estavam predestinadas a serem "haenyeo", uma profissão feminina e típica do local. Consiste em mergulhar até as profundezas, sem a utilização de equipamentos, para coletar frutos do mar. Tarefa perigosa, mas que garante o sustento e a independência das mulheres.
Tudo muda quando Hanna é sequestrada pelo Exército Japonês e enviada para o território da Manchúria, onde é obrigada a se tornar uma "mulher de consolo", ou seja, responsável por satisfazer sexualmente os inúmeros soldados que vão para o campo de batalha. Enquanto isso, Emi permanece na ilha que lhe reservará um destino igualmente sofrido, revelado apenas na reta final da narrativa.
Apesar de lento no início, "Herdeiras do mar" engrena do meio para o fim e torna-se eletrizante nas derradeiras páginas. Uma leitura interessante para conhecer outras culturas e saber mais sobre um capítulo praticamente apagado da História da humanidade: a violência sofrida pelas mulheres durante as guerras.
MUITO BOM
7/2020
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