quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Quotes SFU - 16

 

Sra. Collins: Você pensa que é um dia como qualquer outro, mas não percebe que qualquer coisa pode acontecer. E aí, pronto. Acontece. E tanta coisa ficou sem ser dita. E foi tudo desperdício de tempo. Só queria que alguém me ajudasse a entender. Só me ajudar... Você pode me ajudar?
Nate: A primeira frase de "A anatomia de uma dor", de C. S. Lewis, é: "Nunca me disseram que o sentimento de perda se parecia tanto com medo". Acho que esse livro vai ajudar. Tudo ficará bem.
Sra. Collins: Não, não vai. 


Six Feet Under S02E06

quarta-feira, 26 de agosto de 2020

A casa assombrada, de John Boyne

John Boyne sabe envolver o leitor nas suas histórias. Aqui não é diferente. "A casa assombrada" é sua homenagem aos clássicos contos de fantasmas em uma mansão vitoriana. Por vezes, parece uma mistura de "O jardim secreto" com "A volta do parafuso/Os inocentes". Referências estão em todos os lugares, inclusive para o mestre Charles Dickens. 

A narrativa acompanha Eliza Caine, uma jovem londrina que vai trabalhar como governanta em Gaudlin Hall, um casarão localizado no interior da Inglaterra. Ela fica responsável por duas crianças, Isabella e Eustace, mas, estranha que os pais deles não se encontram no local, nem mesmo outros criados. 

Como de costume, as páginas escritas por Boyne são devoradas com muita sede. Embora seja uma leitura extremamente agradável, não há personalidade na trama ou novidades acrescidas ao gênero. O autor desenvolve com afinco personagens cativantes e uma atmosfera misteriosa, porém sua casa assombrada não se torna memorável. 


BOM
14/2020

terça-feira, 25 de agosto de 2020

O desconhecido e seus riscos


"Às vezes, você tem que apenas fazer a escolha e saltar"

Trecho do filme "Before We Go" ou "Antes do Adeus" (2014)

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Rotina poética do jornalista



Em 2016, produzi para o Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (Mestrado) da Universidade Federal de Pelotas o registro do meu território enquanto jornalista. No caso, o ambiente da redação do jornal Diário Popular, situado em Pelotas-RS. As redações de jornais impressos não costumam ser visitadas pelo público em geral. São lugares praticamente secretos, esconderijos para onde os repórteres se refugiam após voltar das pautas: o abrigo da escrita. 
Os jornalistas dos veículos impressos têm apenas seu nome assinado junto das matérias. Não há outras maneiras de reconhecê-los ou identificá-los. Seus rostos não invadem as casas das pessoas. Esse anonimato também é compartilhado com outros colegas de profissão, como radialistas e assessores de imprensa.


O vídeo acompanha o trajeto de entrada no jornal e o labirinto até chegar à redação, localizada no segundo andar. Observa-se uma sala ampla, retangular, opaca, habitada por mais de 30 pessoas em seus pequenos espaços, quase cubículos. É um lugar sem vida, monocromático, na sua maioria em tons de bege. O meu canto, entretanto, destaca-se em meio à paisagem apática ao apresentar traços de personalidade, principalmente influenciados pela relação com a cultura.


Revela-se ainda o ambiente de produção e, também, o processo de escrita e o caminho até a publicação. Estão ali as páginas dos blocos de anotações, o digitar incessante no teclado, a formação de frases na tela do computador, as tintas da gráfica e a gravação das páginas impressas no setor de máquinas. Todo um processo até o jornal estar pronto para sua distribuição.


O trabalho audiovisual oferece potência àquele fazer que não é notícia, aos bastidores de uma prática que apresenta forte impacto social, oferecendo um olhar poético para esse oficio e para o espaço em que é desenvolvido. Busca ativar o olhar sensível para diferentes rotinas, uma vez que existe poesia em qualquer tarefa, mesmo sendo cotidiana e repetitiva.

sábado, 22 de agosto de 2020

Quotes SFU - 15

Brenda: Como foi seu dia?
Nate: Foi uma mulher gritando com o cadáver dilacerado do marido, que a batia. Imagina odiar tanto uma pessoa e ficar 20 anos com ela?
Brenda: O que o leva a pensar que as pessoas ficam juntas para serem felizes?

Six Feet Under S02E06

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Muito barulho para: "When we rise"


Considerada a "Bíblia do movimento LGBT", a minissérie "When We Rise" (ou "Quando Fazemos História) é uma preciosidade que precisa ser descoberta. Foi exibida em 2017 pelo canal aberto ABC, fazendo alarde nos Estados Unidos, mas por aqui pouco se falou dessa inspiradora produção. Possui a assinatura do roteirista Dustin Lance Black, vencedor do Oscar por "Milk: A voz da igualdade".

Numa mistura de drama e documentário, os episódios acompanham a luta contra o preconceito ao longo de várias décadas, mais precisamente de 1970 a 2010 em São Francisco e Nova York. Cada núcleo de personagens é inspirado em uma história real, sendo todas oriundas do livro do ativista Cleve Jones, o protagonista da atração.

O elenco é repleto de nomes conhecidos, como Guy Pearce, Mary Louise-Parker, Rachel Griffiths, Whoopi Goldberg, Rosie O'Donnell e Michel Kenneth Williams. Também há destaque para novatos, como Austin P. McKenzie e Jonathan Majors.

"When We Rise" é obrigatório para qualquer LGBT. São apenas oito episódios. Além de uma jornada emocionante e poderosa, serve como registro para avanços importantes da humanidade que não podem jamais retroceder.

MUITO BOM



quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O sentido da arte (e da vida)


"O trabalho do artista não é sucumbir ao desespero, mas encontrar um antídoto para o vazio da existência" - Gertrude Stein para Gil

Trecho do filme "Meia-noite em Paris" (2011)

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

O labirinto de Francesco Clemente


Apresento algumas pinturas do artista italiano Francesco Clemente. São obras desenvolvidas para o filme “Grandes Esperanças (Great Expectations)”. Lançado em 1998, este drama é uma adaptação moderna do clássico romance de Charles Dickens. Clemente produziu mais de 200 trabalhos para integrar o longa-metragem. 


As obras são essenciais para a narrativa. O personagem principal, Finn, é um jovem pescador que possui dons artísticos desde criança. Com 20 e poucos anos, recebe o convite para expor em Nova York. A mostra é um sucesso e Finn vende todos os trabalhos na vernissage. A realização profissional é importante na história, pois significa a entrada do protagonista para o mundo dos ricos. Um passaporte para conseguir a garota que ama.



Os desenhos de Clemente dão vida a esse universo criativo do personagem. São tão impactantes em cena, que, na primeira vez que assisti “Grandes Esperanças”, as obras me causaram profunda estranheza. Porém, percebi que aquelas imagens ficaram na minha cabeça por muito tempo.


A cada oportunidade de rever o filme, mais fascinado fiquei com a obra do artista, a ponto de buscar seus trabalhos produzidos para além do cinema. Encontrei, então, uma coleção de inúmeros trabalhos, realizados desde a década de 1970 até hoje. O italiano pinta autorretratos, seres híbridos, figuras explicitamente sexuais, cenas religiosas ligadas ao hinduísmo e até celebridades.

Clemente vale-se de várias correntes artísticas, como renascimento, surrealismo e expressionismo. É considerado um dos principais expoentes da Transvanguarda, movimento italiano da pós-modernidade. Cunhada em 1979, a Transvanguarda libera seus artistas para transitar por qualquer época ou estilo do passado, com expressividade de cores e referências.



Desvendar as obras de Francesco Clemente não é uma tarefa fácil. Pouco se encontra de informações sobre o artista na internet. O destaque vai todo para as suas criações. A partir daí, a interpretação é livre. Figuras deformadas, grotescas, metamorfoseadas. Um universo ora onírico ora realista.



No filme, os principais personagens são representados em desenhos, tanto nos créditos iniciais quanto nos quadros da exposição do protagonista. As distorções, ao mesmo tempo que parecem se afastar da aparência dos atores, também se aproximam dos mesmos. Encontra-se a alma dos personagens naqueles traços de aquarela, grafite e giz colorido.




De onde vem essa estética? Essa força visual? Essa presença artística? Francesco Clemente oferece uma visão particular de enxergar o mundo. Carrega suas obras de emoção, de repulsa, de ternura, de crítica social e de infinitas possibilidades.



O que possuem em comum, na sua maioria, são grandes olhos. Estão ali, em cada ser representado. Olhos abissais, como dois pontos magnéticos nas imagens. Assemelham-se ao trabalho da pintora norte-americana Margaret Keane. Haveria alguma inspiração? Difícil dizer. Influências claras no trabalho de Clemente são de Andy Warhol e Basquiat, uma vez que foram amigos e vizinhos em Nova York.


Fora as referências, os olhos ainda permanecem na minha cabeça. Olhos que olham o espectador. Há uma espécie de cumplicidade com aqueles personagens. Não sorriem. Apenas miram apreensivos. Parecem estar dividindo suas angústias mais íntimas.



O artista retrata esses seres, o mundo ao redor e suas interações. Retrata o que vê, o que lhe concede sentido ao mundo. Uma realidade de várias verdades, interpretações e diversidade de expressões. É múltiplo em temas e desconstruções. Cada peça traz uma arte conceitual, desde as obras minimalistas até painéis gigantes nos quais ocorre uma explosão de elementos, cores e significados.

Sendo um artista que tanto perturba quanto hipnotiza, Francesco Clemente diz que não acredita na pureza. Acredita em contaminação, em encontros de diferentes culturas. Sua arte é, realmente, contaminada. Contaminada de tudo um pouco, menos de prisões.


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Quotes SFU - 14

Sarah: O que diabos está acontecendo, Ruth?
Ruth: Você aparece 20 anos depois... fala mal da minha comida, fica bêbada com meu namorado, enche a cabeça da minha filha com todo tipo de ideia e lembra meus filhos de eventos traumáticos na vida deles.
Sarah: Santo Cristo! Ele ia perder a virgindade mais cedo ou mais tarde. E Fiona é uma grande mulher. Muito compassiva!
Ruth: Ele foi molestado!
Sarah: Era um garoto fogoso de 15 anos que deu uma tremenda sorte.
Ruth: Não me surpreende que você não assuma a responsabilidade. Nunca assumiu.
Sarah: Certo, é disso que se trata...
Ruth: Quando mamãe morreu, alguém teve de tomar o lugar. Alguém teve de cuidar da vovó, mas você fez o que queria.
Sarah: Você nunca deixou ninguém ajudar! Nada podia atrapalhar a pena que você sentia por si mesma!
Ruth: É nisso que precisa acreditar para justificar o egoísmo?
Sarah: O que você quer que eu diga?
Ruth: Quero que você peça desculpas.
Sarah: Está bem, peço desculpas! Fica melhor assim?
Ruth: Não! Por que você se divertiu mais do que eu.
Sarah: Me diverti? O único homem que amei morreu quando eu tinha 21 anos; as crianças que eu tanto queria foram um sonho impossível porque meus ovários são estéreis; e eu sou uma artista horrível, mas vivo cercada de pessoas com talento que nunca vou alcançar. Tudo é difícil, Ruth. Apenas fizemos escolhas diferentes.

Six Feet Under S02E06

domingo, 16 de agosto de 2020

The best of times

Is it love tonight
When everyone's dreaming
Of a better life
In this world
Divided by fear
We've gotta believe that
There's a reason we're here
There's a reason we're here

'Cause these are the days worth livin'
These are the years we're given
And these are the moments
These are the times
Let's make the best out of our lives

Trecho da música "Our lives" (2004), da banda The Calling

sábado, 15 de agosto de 2020

Minha adorável esposa, de Samantha Downing

Por trás da fachada de família perfeita, com residência no subúrbio, dois filhos e empregos estáveis, um casal acima de qualquer suspeita guarda um terrível segredo. Tobias e Millicent matam pessoas. Esta é a premissa de "Minha Adorável Esposa", thriller enviado pela TAG Inéditos no mês de junho de 2020 e estreia da escritora norte-americana Samantha Downing. 

O livro possui uma linguagem cativante e instiga constantemente a curiosidade do leitor. Cada capítulo deixa um cliff hanger para o próximo, tornando difícil deixar de acompanhar o caminho dos protagonistas. A violência da trama só não fica tão pesada pela adrenalina despertada e a rapidez com que os fatos transcorrem pelas páginas. 

Apesar de envolvente, a história é repleta de problemas. O ato final é o que mais sofre desse ritmo intenso da narrativa, sendo porcamente desenvolvido. Downing faz escolhas questionáveis para seus personagens. Também há reviravoltas que deveriam ser surpreendentes, mas se tornam esperadas. 

Em resumo, "Minha Adorável Esposa" possui uma largada estimulante, porém é falho e previsível. Por vezes, provoca revolta, conforme a crueldade empregada nos crimes. Perpassa muitas camadas psicológicas dos personagens e não as utiliza. Mesmo assim, a autora possui o mérito de nos deixar vidrados nos acontecimentos da sangrenta trama. 

BOM
13/2020

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

So we don't get separated...


Run, 
Running all the time
Running to the future
With you right by my side
.
Running
Running as fast as we can

Do you think we'll make it
(Do you think we'll make it)
Running,
keep holding my hand

So we don't get separated
.
Sometimes it's hard to keep on running
We work so hard to keep it going
Don't make me want to give up

Trechos da faixa "Running" (2001), da banda No Doubt



quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Mapa da felicidade

Eu não estava aqui. Tudo mudou muito rápido e, de repente, vim parar neste lugar que não conheço. Vejo, por trás do vidro da janela, o brilho do sol pousar sobre as colinas. É inverno e sei que está frio lá fora. Deste lado, encontro-me aquecido com o calor que emana da lareira, localizada no canto da sala. A temperatura aqui é agradável.

Por mais que eu tenha chegado há poucos segundos, sinto-me em casa. A decoração que inicialmente me causou estranheza já se torna familiar. Há uma tranquilidade inebriante por aqui. Escuto apenas o barulho do fogo, o resto é silêncio. Permaneço imóvel, apenas observando os detalhes.

Quando estou confortável o suficiente para desfrutar de tamanho aconchego, percebo que algo mudou. A parede que outrora se apresentava como uma imensidade de branco passa a se mostrar manchada, pouco a pouco, por um fio de tinta que escorre do teto. Não é apenas um filete a caminhar. Gotas brotam em todos lugares e descem pela superfície lisa. Todas, aparentemente, são de um azul vibrante, turquesa, que passa a tomar conta dos limites ao meu redor.

Vejo que não há apenas uma coloração. Também aparece uma tonalidade rosa, que passa sem dó por cima do azul. O roxo soma-se à combinação. Já um verde oliva explode com força na minha direita. Estou cercado por este carnaval de pigmentos extasiados. Instaura-se uma euforia no ar. Se antes aquela calmaria transmitia bem-estar, agora me sinto completamente acolhido. Mais que isso, respiro essa efervescência, energia, agitação, pluralidade. Tem-se, então, um espaço de plenitude e de criação. A janela, agora, exibe as colinas multiplicadas, como em um caleidoscópio.

Não há mais silêncio. Escuto uma batida distante. Tum, tun, tunt, tum.  Parece gradativamente se aproximar. Intensifica-se a cada segundo. Soma-se a efeitos, bateria, pulsação. Tenho vontade de dançar. As chamas do fogo bailam comigo. E ditam a iluminação ora acentuada ora fraca do ambiente. Sinto na pele cada uma dessas mudanças, desde a repentina para o local de início e, também, as transformações sucessivas, que aceleram meu compasso.

No auge, como tudo, esse momento vem a ruir. Desfaz-se frente aos meus olhos, que tomam para si a cidade, feita de prédios cinzas, asfalto esburacado, fumaças tóxicas, trânsito, galpões, máquinas, ritmo, trabalho em série, pessoas que vivem de repetição, rotina que garante a subsistência. Uma massa de soldados abaixa a cabeça para um pastor. Sai do templo e comete crimes de discriminação racial, homofobia, violência. Há cinismo, mentira e corrupção por todos os lados. Batidas de carro. Abuso moral e sexual. Violação.

O coração que antes estava acelerado e pleno, agora parece sossegar. Estabiliza-se. É esta a realidade, de pouca esperança. Tudo é fugaz, efêmero, como foi a visita a este lugar onde eu estava em paz, e dancei, com vontade de nunca tê-lo deixado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Quotes SFU - 13


Claire: Eu tenho tanto medo de pensar por mim e seguir meu rumo que preciso de segurança ou aprovação. Devo procurar dentro de mim o que eu realmente quero. 
Gary: Claire, você está com medo de fazer esse exame. Por quê?
Claire: Não sei. É que, quando penso nesse exame, me vem uma horrível luz florescente que mostra todas as espinhas e cicatrizes que eu queria esconder.
Gary: Entendi. É bem mais seguro na escuridão, certo?
Claire: Ok. Estás ficando piegas...
Gary: Só quis dizer que estás num ponto que finalmente estás se encontrando. Tem medo que vejam quem você é de verdade. Será assustador. E quer saber? Dá medo, sim. Em todos nós. 

Six Feet Under S02E05

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Muito barulho para: Escape at Dannemora

Lançada em 2018 e produzida pelo canal Showtime, "Escape at Dannemora" é uma das minisséries recentes que merecem ser descobertas pelo público. Entre os vários motivos, destaca-se o roteiro baseado em uma história verídica, as ótimas atuações do elenco e o surpreendente comando na direção de Ben Stiller.

A trama se passa em 2015 na localidade de Dannemora, no estado de Nova Iorque, onde funciona a penitenciária de segurança máxima Clinton Correctional Facility, quase na fronteira com o Canadá. É nesse cenário que uma funcionária da casa prisional se envolve emocionalmente com dois presidiários, ajudando-os em um arriscado plano de fuga. 

O início da série pode ser considerado cansativo e monótono, mas é preciso dar uma chance para a narrativa, uma vez que a tensão é criada lentamente até beirar o nervosismo em seu desfecho. O recomendado, entretanto, é não procurar mais informações sobre o caso, deixando-se surpreender. Após devorar os sete episódios, vale buscar os personagens reais e perceber tamanha similaridade e cuidado por parte da produção. 

"Escape at Dannemora" foi indicada em 12 categorias no Emmy. Um dos seus trunfos, certamente, é o time de atores em total entrega, que inclui Benecio Del Toro, Paul Duno, Eric Lange e Patricia Arquette, sendo que esta venceu o Globo de Ouro para Melhor Atriz em Série Limitada.


MUITO BOM

domingo, 9 de agosto de 2020

Eu sei


Cena do filme "Antes do Pôr do Sol" (2004)

sábado, 8 de agosto de 2020

Daisy Jones & The Six, de Taylor Jenkins Reid




Não é a toa que na capa do livro diz para devorá-lo em um dia. A história de "Daisy Jones & The Six" é extremamente envolvente, muito pela escolha da autora Taylor Jenkins Reid em construir a narrativa através da transcrição das falas dos personagens, como a decupagem de um documentário. Deste jeito, a obra se torna dinâmica, favorecendo o humor saboroso da oposição entre as visões de cada relato. Os fatos são enxergados de diferentes maneiras pelos músicos, algo semelhante ao seriado "The Affair". 

Temos aqui a história de uma banda alçada ao estrelato, com canções no topo das paradas e plateias lotadas. Mas, após uma fatídica apresentação no dia 12 de julho de 1979, o grupo sai o palco e nunca mais volta a se encontrar, deixando questionamentos sobre o motivo da separação.

O universo de música dos anos 70 e 80, com muito rock, drogas pesadas e uma ensolorada Los Angeles é legitimamente explorado, numa tônica a la "Quase Famosos", de Cameron Crowe. O tal mistério envolvendo o fim da banda, porém, é previsível, o que torna o ato final apenas ok, diferente do esperado para elevar o livro e sua história. Ainda assim, é uma delícia conhecer todos os detalhes de uma banda que não existiu. E, o mais incrível, ter muito carinho por ela. 

extra 1: "Daisy Jones & The Six" vai virar minissérie de 12 episódios pela Amazon Prime Video, com produção executiva de Reese Witherspoon. 
extra 2: Também vale ler da mesma autora, o excelente "Os sete maridos de Evelyn Hugo". 

MUITO BOM
12/2020

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Quotes SFU - 12


"Estamos aqui pelo luto da morte de Emily Previn. Não conheci Emily. Pelo o que sei, poucos conheceram. Pode-se pensar qual é o sentido de se levar uma vida que não toca outras vidas. Mas, seria arrogância da nossa parte supor isso. Toda vida é uma contribuição. Apenas não vemos como. Fico feliz de encontrar Emily Previn, mesmo que seja na morte. Todos entram na nossa vida por um motivo, e é nossa responsabilidade aprender o que nos têm a ensinar" - Padre Jack

Six Feet Under S02E05

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Enterrei minha alma


"I only wanted to have fun
Learning to fly, learning to run
I let my heart decide the way
When I was young
Deep down I must have always known
That this would be inevitable
To earn my stripes I'd have to pay
And bear my soul
I know I'm not the only one
Who regrets the things they've done
Sometimes I just feel it's only me
Who can't stand the reflection that they see
I wish I could live a little more
Look up to the sky, not just the floor
I feel like my life is flashing by
And all I can do is watch and cry
I miss the air, I miss my friends
I miss my mother, I miss it when
Life was a party to be thrown
But that was a million years ago"
Trecho da música "Million Years Ago", de Adele

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Algum barulho para: "Dickinson"


Mais um sucesso da Applet TV+, a série "Dickinson" abusa da criatividade visual e narrativa para contar a história de uma jovem mulher do século 19 que ousou questionar as regras da sociedade. Esta figura pouco conhecida é a poetisa Emily Dickinson, que publicou apenas seis textos durante sua carreira artística, recusando-se a compartilhar os mais de 1,7 mil poemas encontrados após sua morte. 

Os mistérios em torno da homenageada ofereceram uma maior liberdade para imaginar o seu cotidiano nos idos de 1845. Na série, Emily é uma adolescente mimada oriunda de uma família aristocrata de Massachusetts. Foi criada para ser uma dona de casa, entretanto ela não quer quer casar e ter filhos, cumprindo o papel de toda mulher de sua época. A protagonista demonstra-se inconformada com as abissais diferenças de gênero, expressando seu posicionamento em ações e versos.

"Dickinson" reproduz toda pompa do passado, o que era esperado, mas surpreende ao flertar com o presente através da inserção de músicas pop atuais, participação do rapper Wiz Khalifa como a própria Morte, transcrição dos versos da poetisa aparecendo na tela, danças provocativas em reuniões festivas e alguns sinais de rebeldia por parte dos personagens. É uma linguagem hipster voltada aos jovens da geração que cultua os filtros do Instagram. 

Com uma boa mescla de melancolia e comédia, os dez episódios da série oferecem ainda a presença carismática da atriz e cantora Haille Steinfeld no papel-título. A segunda temporada foi confirmada pela Apple TV+ antes mesmo da estreia da série. Vale a pena conhecer Emily Dickinson e seu mundo de aspirações. 

BOM

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Enjoy life



Trecho do filme "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" (2004)

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Quotes SFU - 11


"Minha vida toda parece um pesadelo. É como se fosse a vida de outra pessoa. Se a minha vida fosse um filme, eu pegaria no sono ou sairia no meio" - Benda

Six Feet Under S02E01

domingo, 2 de agosto de 2020

A arte e o infinito



"A arte não só não nos dá poder sobre a natureza, mas a arte nos dá capacidade de entender melhor ou viver melhor sem entender a nossa condição humana, que é de desconhecimento. Nós vivemos num mundo mas não sabemos exatamente o que é a vida, mesmo porque saber é colocar em caixas, é configurar. Como é que se configura o infinito? […] 
A arte nos ajuda a ter esse equilíbrio, a potencializar a vida, para que ela possa seguir adiante. Nós temos a cultura e as festas populares, os encontros, tudo isso é fundamental para a civilização. Não é apenas a ciência, mas a arte, a filosofia e a cultura, que envolve os hábitos. O modo que uma cidade se organiza, se ela é violenta, se ela é suja, se ela respeita ou não os cidadãos, isso é um processo de cultura e de formação humana. É nisso que a gente está inserido... É como se o século 21, tudo se tornasse produto. A arte, a música… A gente vive tudo isso como se fosse brinquedos que a gente manipula. O que faltou aí? O que a gente precisa resgatar?"

Trecho da fala da filosofa Viviane Mosé no série "Manual de Sobrevivência no Mundo Contemporâneo" - 8º Episódio - Uma guerra de nós contra nós mesmos

sábado, 1 de agosto de 2020

"O sol mais brilhante", de Adrienne Benson


Com uma mulher negra carregando uma criança branca, a capa de "O sol mais brilhante" induz que o romance deve ter seu foco nas diferenças raciais. Esse tema, evidentemente, faz-se presente, mas a obra de Adrienne Benson se apresenta como um relato sensível sobre questões universais que envolvem maternidade, a busca pela identidade, família, o encontro de seu lugar no mundo e até mesmo o sentido da vida.

O livro acompanha três mulheres protagonistas cujas trajetórias se cruzam no continente africano: Leona é uma antropóloga grávida; Sumi é uma massai estéril; e Jane é esposa de um embaixador norte-americano. Cada uma delas enfrentará caminhos que combinam coragem, amaduramento e, principalmente, recomeços.

A narrativa de Benson oferece destaque e abraça a cultura massai, tribo africana com costumes peculiares, tratada com respeito e sintonia aos acontecimentos da trama.  O amor pelo Quênia, onde a escritora morou em seus primeiros anos de vida, transborda das páginas e faz sua paisagem alaranjada refletir na mente do leitor. Também há uma abordagem interessante sobre as Thrid Culture Kids (TCKs), representadas pela personagem de Adia, filha de Leona.

MUITO BOM
11/2020