sexta-feira, 27 de novembro de 2020

"Cartada final", de John Grisham


Afinal, qual foi "a cartada final"? Eis aqui mais um caso de tradução bizarra de título. No original, "Os guardiões", que faz total sentido, uma vez que remete ao trabalho dos advogados que defendem pessoas inocentes que estão no corredor da morte. 

O livro de John Grisham utiliza uma argumento poderoso para desenvolver seu novo exemplar de thriller jurídico. A crítica social surge em alguns momentos, mas não é a tônica do projeto. O autor foca mais na investigação, a fim de manter o leitor fisgado do início ao fim. 

Em compensação, Grisham empolga-se por demais e inclui elementos que não são críveis em uma narrativa inspirada em história real. O escritor chega a criar subtrama que envolve uma casa assombrada, algo totalmente descartável. 

"Cartada final" encerra com a sentença do júri, mas não oferece desdobramentos. Poderia ter sido mais enfático na sua mensagem política, mas perde a oportunidade. Ademais, as soluções para um mistério de mais de 20 anos são simplistas. Não há como negar a habilidade do autor em desenvolver uma narrativa envolvente, mas, no fim, parece mais caça-níquel do que obra preocupada em transformar a sociedade. 


BOM
27/2020

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