quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons

Mais de três décadas depois da publicação, "Watchmen" segue brilhante. Sua linguagem e construção de narrativa impressionam a cada página, sendo praticamente o storyboard de um longa-metragem. Aliás, Zack Snyder fez poucas mudanças ao realizar sua fiel adaptação da obra para o cinema. 

Porém, nem tudo é perfeito. O ritmo da história oscila bastante, principalmente quando mescla com uma subtrama envolvendo um pirata ou diálogos entre um garoto e um jornaleiro. Mas, isso não é nada comparado aos problemas mais sérios de "Watchmen", que recaem no viés preconceituoso, tanto gordo quanto homofóbico. Mesmo que por vezes seja proferido pelo questionável Rorschach, o roteiro parece que valida esses argumentos. Outro equívoco grave é a romantização de um estupro, sendo no mínimo revoltante. 

Para além dessas questões, que podem ser amenizadas pelo contexto histórico, "Watchmen" é uma obra-prima, uma vez que sua atmosfera steam punk, o teor urgente de mudança política e os dramas humanos são atemporais. Mais que uma HQ clássica sobre super-heróis, é uma reflexão sombria e melancólica sobre a humanidade. 


MUITO BOM
15/2020

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