sexta-feira, 31 de julho de 2020

Quotes SFU - 10


Tracy: Por que as pessoas têm de morrer?
Nate: Para fazer a vida importante.

Six Feet Under S01E13

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Você não encontra mais...


Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

Letra da música "A lista" (2004), de Oswaldo Montenegro

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Muito barulho para: "Servant"


"Servant" é uma série de suspense para ser saboreada aos poucos. São episódios de meia hora cada, formando pequenas e sinistras doses capazes de intrigar o espectador. O nome famoso por trás do projeto é M. Night Shyamalan ("O sexto sentido", "A vila"), que assina a produção executiva e dirige o primeiro e o nono capítulo. Aliás, os dois melhores nos quesitos direção e desenvolvimento de narrativa.

A trama envolve um casal suburbano da Filadélfia, Dorothy (Lauren Ambrose) e Sean (Toby Kebbell). Ela é uma repórter televisiva e ele um chef de cozinha. A relação é abalada quando morre o filho recém-nascido do casal. Dorothy não se recupera da terrível perda e, sob aconselhamento de uma terapeuta, Sean arranja um boneco realista para tentar reduzir os danos da tragédia. O "novo bebê" torna-se tão verdadeiro para a jovem mãe, que ela decide contratar uma babá para cuidar do brinquedo. A fim de evitar spoilers, digo apenas que nada é o que parece.

Uma das decisões curiosas da série é transcorrer (quase) inteiramente dentro da residência do casal. As cenas que ocorrem fora daquele ambiente costumam ser visualizadas através de telas, seja da televisão, do computador ou do celular.  Outro elemento da composição visual são os pratos culinários elaborados por Sean, que revelam a violência por trás da bela apresentação final. A gastronomia nunca foi tão assustadora.

Com inspiração em "O bebê de Rosemary", o projeto da Apple TV+ realiza a proeza de utilizar um fiapo de história e torná-la atrativa ao longo de 10 episódios. Poderia ser um filme, mas o formato seriado prolonga o prazer em acompanhar essa história de mistério. "Servant" oferece ainda boas atuações, com destaque para a novata Nell Tiger Free. A segunda temporada, inclusive, está garantida.

MUITO BOM

terça-feira, 28 de julho de 2020

Quotes SFU - 9


"A tia Lilian foi a única pessoa que realmente me amou. Meus pais não me amavam. Meu marido com certeza não me amava. E agora ela está morta! O marido dela morreu, e a filha também. Foi em um acidente de carro no seu aniversário de 17 anos. Mas, a tia Lilian foi em frente. Ela criava cães gauleses, entrou em aulas de aquarelas... e ela me amava. E agora ela está morta. Eu nunca me senti tão só no mundo. E eu estou acostumada a me sentir só. Eu sei como é. E, agora, descubro que existe um nível completamente novo" - Tracy

Six Feet Under S01E13

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Pensamentos de "After life"


A primeira temporada de "After Life", comédia dramática com Rick Gervais, é pequena joia, repleta de deliciosas reflexões. Uma vez que o protagonista enfrenta o luto de perder sua esposa (e grande amor), ele se questiona sobre o sentida da vida - e de seguir em frente. Deixo aqui algumas frases:

Felicidade é algo fantástico. É tão fantástica que não importa se é sua ou não.

Uma sociedade cresce bem quando homens velhos plantam árvores que vão criar uma sombra embaixo da qual eles nunca sentarão

O que você perdeu é justamente o que pode curar a sua dor

- Não creio em Deus e essas coisas
- Nem eu. É um monte de besteira. Tudo que temos é um ao outro. Temos que nos ajudar a passar pelas dificuldades até morrermos, até tudo acabar. Não tem porque sentirmos pena de nós mesmos e fazermos os outros infelizes.

Se eu voltasse (ao passado) e mudasse alguma coisa de que não gostei, eu poderia perder algo que essa coisa ruim me proporcionou. Você não deveria se arrepender de nada. Ou pensar: “se eu voltasse eu poderia fazer isso ou aquilo”

Não se pode mudar o mundo, mas pode mudar a si mesmo.

domingo, 26 de julho de 2020

"As sete mortes de Evelyn Hardcastle", de Stuart Turton


Noite de festa em uma mansão no campo. A família Hardcastle organiza um baile de máscaras para homenagear o retorno da filha mais nova. Quando o relógio marca meia-noite, a protagonista do evento é assassinada. Agora, dia após dia, um homem acorda no corpo de um dos convidado da festa, revivendo os mesmos acontecimentos para tentar descobrir o culpado do crime. Com esta brilhante sinopse, "As sete mortes de Evelyn Hardcastle" tinha tudo para ser um romance surpreendente que reúne os mistérios de Agatha Christie com viagem no tempo.

Comecei a leitura empolgado e logo devorei as 150 primeiras páginas. Porém, após o terceiro hospedeiro, a história torna-se repetitiva. As linhas narrativas se confundem até cansar a paciência do leitor. No comando, Stuart Turton tenta manter o envolvimento e o clima de suspense, mas sua proposta interessante perde a força ao se alongar por quase 500 páginas.

O diferencial de "As sete mortes de Evelyn Hardcastle" é, sem dúvidas, a dose de ficção científica com toques de "Black Mirror". Aliás, a inspiração foi tanta que o escritor praticamente copiou parte importante de um episódio da primeira temporada do seriado. Mesmo que faça sentido para a trama, essa escolha revela-se decepcionante enquanto conclusão de sua odisseia em espiral pelos curiosos habitantes da mansão. 


BOM
10/2020

sábado, 25 de julho de 2020

Quotes SFU - 8


"Sabe o que eu acho interessante? Se perder um cônjuge, você é chamado de viúvo ou viúva. Se for criança e perder os pais, você é um órfão. Mas, que palavra descreve o pai ou a mãe que perde um filho? Acho que é terrível demais até para se dar um nome" - Brenda

Six Feet Under S01E09

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Animais pensantes


- Ninguém gosta do próprio trabalho.
- Então, por que o fazemos?
- Por que buscamos qualidade. Talvez um pouco de insegurança. Entramos nas coisas quando somos jovens, achando que elas significam algo...
- Aí descobrimos que não significam.
- Susan, desfrute do absurdo do nosso mundo. É bem menos doloroso.

Diálogo do filme "Animais noturnos" (2016), de Tom Ford

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Muito barulho para: "Defending Jacob"


Mais que o mistério sobre um assassinato, "Defending Jacob" é uma minissérie da Apple TV+ sobre o que a suspeita de um crime pode provocar. A trama acompanha a destruição de uma família suburbana após o filho de 14 anos ser acusado de matar o colega de sala de aula. As pistas apontam Jacob como o provável culpado e, tanto a mídia quanto a opinião pública, não hesitam em condenar o garoto.

No meio do caos, os pais interpretados por Chris Evans e Michelle Dockery tentam segurar as pontas, o que não será fácil. A mãe fica completamente abalada, inclusive com dúvidas quanto a inocência do próprio filho, enquanto o pai tenta manter a ilusão de que sempre foram um família perfeita. Reviravoltas estão previstas no caminho, deixando a história ainda mais tensa e viciante.

"Defending Jacob" ou "Em defesa de Jacob" oferece uma excepcional construção de narrativa. O último episódio, no entanto, sofre de uma considerável derrapada, com três possíveis conclusões. A escolhida assemelha-se a um thriller literário genérico, diferente da seriedade que a série apresenta em seu desenrolar. Ainda assim, é uma das melhores atrações do ano, com destaque para a impecável atuação de Dockery (promete indicações) e temas urgentes em discussão.

MUITO BOM

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Quotes SFU - 7


"Todo mundo morre. Alguns vivem até os 100 anos, outros não sobrevivem ao primeiro dia. É um fato da vida. Pode esmurrar quantas pessoas quiser, mas não vai mudar o fato de que o menino está morto. E a sua chance de estar na vida dele acabou. Você usou bem esse tempo ou simplesmente desperdiçou? Sua própria vida também está contando no relógio, como a de todo mundo" - Nate

Six Feet Under S01E09 

terça-feira, 21 de julho de 2020

"Os sonhadores", de Karen Thompson Walker


Em plena pandemia do novo coronavírus, a TAG Inéditos enviou “Os Sonhadores”, uma obra cuja narrativa é extremamente semelhante ao que estamos vivendo. Talvez, por este motivo, o enfrentamento a uma doença contagiosa não soa como novidade. Os eventos que deveriam ser surpreendentes (ou chocantes) na história tornam-se esperados, uma vez que parte deles se encontram em curso no mundo.

Nas páginas, a doença que se espalha com rapidez é provocada pelo sono. Gradativamente, as pessoas da cidade de Santa Lora, na Califórnia, adormecem e não acordam mais. Hospitais ficam lotados. Criam-se leitos em ginásios e campi de universidades. Supermercados viram campo de guerra. Por fim, isola-se a localidade com a intenção de propagar o contágio.

A leitura de "Os Sonhadores" é mantida pela curiosidade em saber de que forma a escritora Karen Thompson Walker vai dar fim à epidemia - e, consequentemente, qual é o seu real objetivo em contar essa história.  Porém, o livro estende-se com personagens superficiais que não geram empatia e não contribuem à trama. Nem ao menos estão conectados entre si, apenas moram na mesma cidade.

A tão esperada resolução da autora para a tal "doença do sono" é simplista. Walker até tenta, nas últimas páginas, filosofar sobre a trajetória da vida – real ou sonhada -, mas tais pensamentos chegam tarde demais e geram apenas frustração. 

REGULAR
9/2020

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Quotes SFU - 6


Ruth: "Sinto falta do que tínhamos"
Nathaniel: "Então, encontre novamente"

Six Feet Under S01E09

domingo, 19 de julho de 2020

Agridoce


"Por que você às vezes
Se faz de ruim?
Tenta me convencer
Que não mereço viver
Que não presto, enfim
Saio em segredo
Você nem vai notar
E assim sem despedida
Saio de sua vida
Tão espetacular
E ao chegar lá fora
Direi que fui embora
E que o mundo já pode se acabar
Pois tudo mais que existe
Só faz lembrar que o triste
Está em todo lugar
E quando acordo cedo
De uma noite sem sal
Sinto o gosto azedo
De uma vida doce
E amarga no final
Saio sem alarde
Sei que já vou tarde
Não tenho pressa
Nada a me esperar
Nenhuma novidade
As ruas da cidade
O mesmo velho mar"

Letra da música "Agridoce" (2010), da banda Pato Fu

sábado, 18 de julho de 2020

Quotes SFU - 5


"Nós éramos crianças quando nos conhecemos. E vimos aquelas crianças desaparecerem" - Ruth para Nathaniel

Six Feet Under S01E09

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Muito barulho para: "Feud"


A relação conflituosa entre duas divas da época de ouro de Hollywood é o cerne da série "Feud", criação de Ryan Murphy exibida pelo FX em 2017. A atração televisiva não obteve o reconhecimento que merecia. Talvez as histórias envolvendo Bette Davis e Joan Crawford não sejam tão atrativas para novas gerações. De qualquer forma, quem deixou de assistir "Feud" perdeu uma das melhores séries dos últimos anos. 

Não é necessário ser fã das atrizes para saborear a trama inspirada em (inacreditáveis) fatos reais. O recomendado é que se assista, previamente, o longa-metragem "O que terá acontecido a Baby Jane?" (1962), produção que colocou as duas inimigas lado a lado na telona. A série acompanha. em seus primeiros episódios, os bastidores das gravações do filme.

A primeira vista, explorar a rivalidade feminina pode soar de mau gosto. As mulheres são mais fortes juntas e devem se unir contra qualquer opressão, não é mesmo? A trama sabe disso e apresenta os motivos que separaram duas figuras que poderiam ter sido grandes amigas. É uma história antiga que segue bastante atual. 

Entre doses cômicas e melancólicas, "Feud" aborda o papel da mulher no cinema, suas chances de sucesso, os usos e abusos gerados pela indústria e pela mídia. Também avança por temas como a dificuldade em envelhecer e o que deixar enquanto legado. Todas essas facetas são potencializadas por protagonistas à altura de suas homenageadas: Susan Sarandon (fenomenal) e Jessica Lange. 

MUITO BOM

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Crimes e Pecados


"Durante toda a nossa vida
enfrentamos decisões penosas
escolhas morais
Algumas delas têm grande peso
a maioria não tem tanto valor assim
Mas definimos a nós mesmos
pelas escolhas que fizemos
Na verdade, somos feitos da
soma total das nossas escolhas
Tudo se dá de maneira
tão imprevisível
tão injusta
que a felicidade humana
não parece ter sido incluída
no projeto de Criação
Somos nós,
com nossa capacidade de amar
que atribuímos um sentido
a um Universo indiferente
Assim mesmo, a maioria dos seres humanos
parece ter a habilidade
de continuar lutando
e até de encontrar prazer
nas coisas simples
como sua família,
seu trabalho,
e na esperança que
as futuras gerações
alcancem uma
compreensão maior"

Trecho do filme "Crimes e pecados" (1989), de Woody Allen

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Quotes SFU - 4


Brenda e Nate conversam em frente à igreja:
- Você não acredita em Deus, né?
- Acho que tudo é totalmente aleatório. A gente vive, morre e, por fim, nada significa coisa nenhuma.
- Como consegue viver assim?
- Não sei. As vezes, acordo tão vazia que desejo nunca ter nascido. Mas, que escolha eu tenho?

Six Feet Under S01E05

terça-feira, 14 de julho de 2020

3 frases de "Quando Nietzsche chorou"


"Nos apaixonamos mais pelo desejo do que pelo objeto desejado" 

"Assumir a responsabilidade dos outros... esse é o caminho para o aprisionamento"

"A morte perde seu terror quando se morre depois de consumida a própria vida"

"Quando Nietzsche chorou", de Irvin D. Yalom


Vendido como "filosofia no divã", misturada com episódios reais e linguagem acessível, o bestseller "Quando Nietzsche chorou" não corresponde a nenhuma dessas expectativas. A narrativa é enfadonha, o vocabulário limitado e a romantização dos fatos, por vezes, vergonhosa. A maior parte da história diz respeito a obsessão do médico Breuner por sua paciente Bertha, que sofre de esquizofrenia. Problemático é o mínimo.

A experiência com o livro, no geral, apresentou-se cansativa. Inclusive, pensei em desistir da obra. Larguei de mão por mais de dois meses e, como faltavam 120 páginas, decidi encarar e concluir. Surpreendentemente, a reta final é o seu ponto alto. Cheguei a fazer várias marcações de trechos interessantes sobre o sentido da vida, valendo-se de questionamentos propostos por Nietzsche. Eis que eles finalmente aparecem na leitura!

Porém, o autor Irvin D. Yalom utiliza de um artifício barato para encerrar a trama de Breuner. Um clichê tão ridículo que deixa o gosto amargo da artificialidade. Pois então, era esse o sabor desde o início, não é mesmo? Em resumo, o intuito de saber mais sobre o filósofo que dá nome à obra, aqui, tornou-se em vão.

REGULAR
8/2020

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Quotes SFU - 3


David e Keith são chamados de "bichas" no estacionamento do supermercado. Após Keith dar uma dura no preconceituoso, David diz:
- Acho que ele não falou por mal.
- Você se odeia tanto assim? - responde Keith

Six Feet Under S01E04

sábado, 11 de julho de 2020

Sobre grandes esperanças...


"Grandes esperanças" é um dos filmes da minha vida. Sei que não é perfeito, mas cada vez que assisto tenho o mesmo impacto com a cena da fonte, o casarão em ruínas, as danças, as perucas e e a piteira de Mrs. Dinsmoor, os tons de verde explodindo pela tela, as belas artes de Francisco Clemente, a potente trilha sonora e o romance entre Finn e Estella ao longo de décadas.Este foi o meu primeiro contato com a obra de Charles Dickens, por isso não me importei com a modernização do clássico. 

Recentemente (e muito pelo filme), li o "Grandes Esperanças" original e percebi as inúmeras mudanças. Digo que o filme de Alfonso Cuarón é uma brincadeira estilosa sobre uma obra literária bem mais complexa. Poderia ter outro título, talvez "Paradiso Perduto", como foi chamado em Portugal, e citar nos créditos iniciais sua inspiração em "Grandes Esperanças". Assim, iria diminuir a pressão de tantas comparações e satisfazer mais o público? Não iremos saber...

De qualquer forma, a produção cinematográfica realizou um ótimo trabalho em reunir elementos essenciais da trama de 1861, tendo seu foco nos capítulos em que o romance se faz presente no livro. O trio formado por Finn/Pip (e sua obsessão por merecer o amor da mulher que está apaixonado), Estella (e a frieza com que foi criada) e Mrs. Dinsmoor/Havisham (e seu plano maquiavélico de obter vingança por seu passado) conduzem a narrativa. É um tanto apressado, porém transmite de modo eficaz a mensagem sobre culpa, desejo e redenção. 

"Grandes Esperanças" segue, para mim, um puro deleite cinematográfico. É uma adaptação extremamente imagética, ou seja, feita por uma sucessão de visuais impactantes. E eis que a minha favorita cena não comentei no início: é quando Finn deixa sua vernissage, corre pelas ruas movimentadas de Nova York e entra no restaurante para pedir uma dança com Estella. Uma dança que ocorre não mais no velho casarão. E, logo após trocar dois passos embalados, ele pega a mão de sua amada e os dois saem juntos do restaurante, beijando-se na chuva.

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Quotes SFU - 2


"Quando alguém te vê como realmente você é, e quer ficar você, isso é poderoso" - Keith

Six Feet Under S01E03

quinta-feira, 9 de julho de 2020

"Herdeiras do mar", de Mary Lynn Bracht


Enviado pela TAG Inéditos, "Herdeiras do mar" é um relato muito sofrido sobre duas irmãs sul-coreanas durante a Segunda Guerra Mundial. Tive um maior impacto com a obra, pois li 90% do tempo acreditando que era uma história verídica. Entretanto, não é totalmente ficcional. A escritora Mary Lynn Bracht baseou-se em depoimentos de mulheres daquele período para desenvolver as protagonistas.

A trama acompanha a separação das irmãs Hanna e Emi, que moravam com os pais na ilha de Jeju e estavam predestinadas a serem "haenyeo", uma profissão feminina e típica do local. Consiste em mergulhar até as profundezas, sem a utilização de equipamentos, para coletar frutos do mar. Tarefa perigosa, mas que garante o sustento e a independência das mulheres.

Tudo muda quando Hanna é sequestrada pelo Exército Japonês e enviada para o território da Manchúria, onde é obrigada a se tornar uma "mulher de consolo", ou seja, responsável por satisfazer sexualmente os inúmeros soldados que vão para o campo de batalha. Enquanto isso, Emi permanece na ilha que lhe reservará um destino igualmente sofrido, revelado apenas na reta final da narrativa.

Apesar de lento no início, "Herdeiras do mar" engrena do meio para o fim e torna-se eletrizante nas derradeiras páginas. Uma leitura interessante para conhecer outras culturas e saber mais sobre um capítulo praticamente apagado da História da humanidade: a violência sofrida pelas mulheres durante as guerras.

MUITO BOM
7/2020

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Primeiras leituras de 2020


Todo ano eu espero ter lido mais do que o saldo final.

2019 apresentou uma melhora, com 12 títulos devorados, inclusive "Nix" e "A catedral do mar", obras extensas, com cerca de 700 páginas cada. O ano ainda reservou meu encontro com a norte-americana Celeste Ng, cujas duas obras lançadas até o momento fizeram com que a colocasse entre minhas escritoras favoritas.

Nesse bom ritmo, 2020 começou com a minha assinatura da TAG Inéditos. E os primeiros títulos já são um reflexo desse investimento. Três meses e cinco livros concluídos, além da pequena joia que abriu o ano, "As mais belas coisas do mundo", do português Valter Hugo Mãe.

O destaque vai para "Os sete maridos de Evelyn Hugo", que me foi enviado pelo clube por engano e revelou-se uma das melhores experiências literárias recentes. A história acompanha uma atriz que ascende ao estrelato durante a época de ouro de Hollywood, porém precisa esconder um grande amor ao longo dos anos. A escritora Taylor Jenkins Reed é mestre em envolver o leitor, tanto que procurei outros de seus títulos,  entre eles "Daisy Jones & The Six".

Também merece destaque "Nascido do crime", uma autobiografia do comediante Trevor Noah. Seus relatos durante a infância no período do apartheid são inacreditáveis. Leitura obrigatória para entender um dos piores regimes de segregação da humanidade. E, claro, há uma mistura de drama e humor.

Já "Uma escada para o céu" me fez redescobrir o irlandês John Boyne, o qual havia lido apenas o bestseller "O menino do pijama listrado". Sua escrita é madura e engenhosa. A trama aqui é praticamente uma releitura de "O talentoso Ripley". Infelizmente, descamba para alguns clichês do gênero em seu último ato, mas todo caminho até lá é delicioso.

"Escola de contos eróticos para viúvas" é praticamente um "feel good book". Uma jovem oferece aulas de alfabetização em inglês para senhoras indianas, porém acaba as instruindo para colocar no papel suas fantasias sexuais. A temática de repressão feminina, porém, acaba ofuscada por subtramas que não mereciam tanto destaque. O livro não coloca o dedo na ferida, mas é agradável.

Para encerrar essa primeira leva de leituras, "Um casamento americano" aborda a relação entre o casal afrodescendente Celesial e Roy, que é separado após ele ser preso injustamente. Preconceito e recomeço deveriam ser as tônicas do projeto, mas a autora opta por conferir maior dramaticidade ao formar um (despropositado) triângulo amoroso com o amigo de infância de Celestial. Perde a força do meio para o fim e deixa um gosto de decepção.

A seguir, cada obra lida em 2020 ganhará uma publicação específica e com mais detalhes.

terça-feira, 7 de julho de 2020

Quotes SFU - 1


"Essa música me faz lembrar de ser criança. Inocente e feliz por ignorar como a vida pode ser uma piada doentia" - Nate

Six Feet Under S01E03